Leia Coluna do Airton Engster dos Santos no Jornal Nova Geração de Estrela

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Cleto Werle fala das Enchentes do Rio Taquari


Cleto Werle e as inundações em Estrela

Levando em consideração que nossa terrinha de tempos em tempos enfrenta o flagelo das enchentes do Rio Taquari, com muitas famílias desabrigadas, a Folha de Estrela publica hoje uma matéria que fizemos com um especialista na área.

Nascido em Estrela, no dia 5 de setembro de 1958, Cleto Werle é casado com Elis Margareth Meiners Werle, pai de Carolina. Estudou na Escola Nicolau Müssnich e Ginásio Industrial de Estrela onde fez os cursos, Técnico de Eletricista e Marcenaria. Fez o Ensino Médio no Colégio Santo Antônio e Ciências Econômicas na UNIVATES.

Funcionário público federal desde 1979. Trabalhava no extinto INAMPS – Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social como Agente Administrativo. Em 1999 foi cedido para Secretaria Municipal de Saúde de Estrela, onde permanece até os dias atuais.

O interesse pelas cheias:

Desde menino se interessava pelas enchentes do Rio Taquari. Acompanhava a evolução do nível das águas, chegando a fazer lagoas como mini-laboratório para observar o comportamento das águas.

Acompanhou sua primeira cheia em 1965, quando tinha 6 anos e 11 meses de idade. Desde então não parou mais. Montou um banco de dados com o monitoramento que realizava e construiu um saber prático a partir de informações que colheu com pessoas idosas da comunidade.

Por outro lado sempre gostou de matemática, estatística, geografia e história, e passou a utilizar seus conhecimentos para avaliar numericamente o histórico das chuvas e prever cheias na área da Bacia Taquari-Antas.

Cleto sempre foi bom observador, e disse que as fases da Lua também são importantes para prever inundações assim como o comportamento das estações do ano.

O Início na Defesa Civil:

A partir de 2001, ano em que ocorreram duas grandes enchentes, Cleto passou a integrar a Defesa Civil de Voluntários de Estrela. O QG funcionava na Secretaria de Obras da Prefeitura Municipal de Estrela.

Nesta época ainda não havia monitoramento de Precipitação Pluviométrica de forma oficial. Pesava muito a experiência das pessoas.

Flagelados:

Cleto lembra que passava de moto pelos bairros com domicílios em áreas alagadiças chamando a atenção da população para sair das áreas de risco.

O Homem das Enchentes fala sobre o sofrimento das pessoas que ficam flageladas em inundações, que muitas vezes relutam em deixar a residência, pois é tudo que possuem na vida.

Constroem casas nestes locais, pois normalmente os terrenos são de baixo valor e próximos dos centros das cidades.

Enchentes:

As cheias de 2001 foram as que mais impressionaram o pesquisador, pois houve muita perda material da população atingida pelas duas cheias com curto período de tempo entre elas.

Outra cheia que chamou sua atenção foi a de janeiro de 2010, quando o Rio Taquari chegou a subir um metro por hora. Cleto informa que na oportunidade choveu em torno de 230 mm em 24 horas, nas cabeceiras de três rios que desembocam no Taquari: Forqueta, Arroio Jacaré e Guaporé.

Falando das inundações históricas destaca as grandes enchentes de 1941, 1946, 1950 e 1956, que castigaram muito o Vale do Taquari e Rio Grande do Sul.

Nos últimos cinco anos ocorreram oito enchentes. Werle credita o fenômeno ao desmatamento e impermeabilidade do solo, com muitas construções de prédios, ruas e calçadas. As cheias estão ocorrendo com mais freqüência e maior rapidez na subida das águas.

Defesa Civil de Estrela Hoje:

Fala com satisfação do novo momento da Defesa Civil de Estrela, que está sendo profissionalizada e equipada.

Em seis minutos lança no sistema volumes de chuva em Estrela, e obtém resultado da precipitação em toda Bacia Taquari-Antas. Com dez horas de antecedência já se pode fazer previsão de cota das enchentes.

Somando-se a isso, a Defesa Civil de Estrela recebeu uma caminhonete L-200 Modelo Triton Mitsubishi, para deslocamento da equipe. Tem escritório no município de Estrela na Rua Borges de Medeiros, 306, com atendimento diário. 

O Coordenador é Jorge Both, assessorado pelo secretário, Carlos Alessandro Bremm. A operacionalização é feita por João Carlos Luft e Cleto Werle do setor técnico.

Ensina que a Defesa Civil atua em diversos eventos adversos, sejam eles naturais ou tecnológicos (vendavais, inundações, estiagem, foco de dengue, incêndios, transporte de cargas perigosas entre outros).

Texto e fotos - Airton Engster dos Santos
Fotos: Memorial da Aepan-ONG
Matéria Publicada no Jornal Folha de Estrela





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